Algumas ideias sobre as artes marciais.

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Recebi um texto interessante. Não sei quem é o autor - como tantas coisas nas redes sociais, é um texto anônimo -, mas é esse aí:

 

Porque é que você paga para o seu filho praticar ARTES MARCIAIS?

Um pai pergunta para outro: Porque é que gastas dinheiro e tanto tempo com treinos, campeonatos e passas tanto tempo a correr  para ver teu filho competir?

O outro pai responde: Bem, eu tenho uma confissão a fazer: Eu não pago para meu filho competir!

O outro pai pergunta: Então, se não pagas para ele treinar e competir o que é que estás a pagar?

Bom, responde o pai do aluno: Eu pago por aqueles momentos quando o meu filho está tão cansado e ele sente que quer desistir, mas não desiste...

Eu pago pela oportunidade que o meu filho pode ter em fazer amizades duradouras.

Eu pago a oportunidade de que ele possa ter incríveis professores e mestres que irão lhe ensinar não apenas sobre artes marciais no tatami mas sobre a luta na vida.

Eu pago, também, para o meu filho poder aprender a ser mais disciplinado.

Eu pago para que o meu filho aprenda a cuidar do corpo dele.

Eu pago para o meu filho poder aprender a trabalhar com os outros e ser um orgulho, solidário, gentil e um respeitoso membro da equipe.

Eu pago para o meu filho aprender a lidar com a decepção, quando ele não ganha ou erra um movimento , embora ele tenha praticado mil vezes, mas ainda assim ergue a cabeça e está determinado a fazer melhor da próxima vez...

Eu pago para meu o filho aprender a fazer e alcançar objetivos.

Eu pago para o meu filho poder aprender que demora horas e horas e horas e horas de trabalho árduo e prática, para criar um campeão, e que o sucesso não acontece da noite para o dia.

Eu pago para que o meu filho possa estar no treino ao invés de ficar envolvido com coisas erradas...

Eu poderia continuar, mas para ser breve, eu não pago para ele treinar nem lutar, eu pago as oportunidades que as artes marciais proporcionam para meu o filho desenvolver atributos que servirão para o bem de toda a sua vida, e lhe darão a oportunidade de abençoar a vida de outros, aprendendo respeitando todos os espaços.

Pelo que tenho visto por muitos e muitos anos, acho que é um grande investimento.

E isso, é o que posso deixar para os meus filhos e para sociedade.

Isto é a EDUCAÇÃO através do Desporto!”

 

Esse texto – que foi escrito por algum autor português desconhecido – diz muito sobre o que as artes marciais podem proporcionar aos seus praticantes, não apenas como atividade física ou esportiva, mas também os ensinamentos que traz para a vida.

 

E isso é ainda mais verdadeiro quando falamos de crianças. Uma arte marcial pode ensinar muita coisa aos pequenos, para além da capacidade de autodefesa: nela a criança aprende a respeitar o mestre e os companheiros, tanto os mais antigos quanto os menos graduados, reconhecendo assim seu lugar no mundo.

 

Aprende também a lidar com seus limites – e a fazer de tudo para suplantá-los; a observar os outros e também a servir de exemplo; a cuidar de si, de seu corpo, de sua roupa, de sua respiração, de suas emoções. Aprende a aceitar a derrota e a entender a vitória, compreendendo os altos e baixos como partes de um ciclo ao qual todos estamos expostos.  Aprende a se preparar para o futuro, a pertencer a um grupo, a compartilhar os momentos e a se orgulhar de si mesmo.

 

O que o outro pai não entendia, por não conhecer as artes marciais, era justamente que as partes mais importantes delas – principalmente na educação das crianças – não são a competição e a autodefesa: são a prática contínua, o estudo, a preparação física e mental, a inserção no grupo, o relacionamento interpessoal.

 

Vencer ou perder, isso é do jogo. O importante é o que fica na formação da criança: os bons princípios, a boa educação, a preparação para ser uma pessoa que melhore o mundo.

 

Por Mauricio Ribeiro - 2º Dan Karate Shotokan

 

 

 

 

 

 

As crianças e as artes marciais - 18/10/2020